Fascismo Explícito

 Sempre teve ali, exalando pelos poros de quem gosta de controlar, diversas vezes tentando atuar em meu corpo, mas sou resistência. Não a resistência revolucionária que eu gostaria de ser, mas uma resistência que insiste em continuar existindo de forma única, por mais que exista uma (o)pressão social forçando a ser outra coisa que queira mais coisas do que momentos.

 O primeiro fascista surge na família, na primeira palmada, no primeiro castigo, na primeira penalidade por pensar por conta própria. Depois vem a escola, quando ninguém perguntou o que eu gostaria de saber e me avaliou sobre isso, usando muitas vezes a própria avaliação como uma ferramenta de opressão. 

 Na faculdade não foi diferente, refém da subjetividade de algumas professoras deprimentes em estado de burnout. Ainda resisto e tomo no cu, porque insisto em ser diferente e falar que tá errado tudo isso de cobrarem da professora mais domínio de classe do que de conteúdo.    

 Tem também quem pague salário e se ache dono do meu tempo, acho que é essa mesma a função do salário, vender o tempo de trabalho, no entanto, quem foi que disse que minha hora de vida vale menos que quatro reais? 

 Se questiono mais um pouco, faço cartaz e vou pra rua, vem outro mecanismo opressor me dar palmada e me colocar de castigo, atrás de alguma grade ou de baixo da terra, alienado do social, do convívio.  

 Mas eu resisto, um tanto estrategicamente, procurando me manter vivo, porque a maior resistência é existir.

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