Mestre das Merdas

 Achei meu esquecido blog, junto encontrei um perdido eu, que se perdeu no meio das mudanças, mas não foi jogado fora, continuava ali, intacto em baixo de um monte de coisa que enjoei, mas não joguei fora, porque acho que era meio acumulador, porém seis anos depois resolvi lavar algumas coisas e fazer um brechó, outras mofaram e achei melhor por fora, guardando só a lembrança antes do mofo que afasto de mim e dos outros para evitar crise alérgica.

 No meio de tanta tralha tinha o eu escritor, que escrevia porque na escrita era livre e sabia se fazer entender um pouco do que se passa dentro, deixando mais claro as coisas para mim e para o outro que esbarra comigo.

 Minha camiseta mais nova é uma da URI, escritor acadêmico, tanto que quando comecei essa crônica o primeiro botão que apertei foi o tab, mas ele não recuou o texto. Leio mais que escrevo e quando escrevo, cito mais do que escrevo e quando escrevo, cito indiretamente o que li, colocando entre parênteses quem pensou tudo aquilo e em que ano resolveu falar para o mundo, digo até a página que li.

 Quando vi o eu escritor de seis anos atrás, mofado em baixo de tantas roupas que não me cabem mais, resolvi vestir de novo e escrever como um mestre, mestre das merdas que escrevo.

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