Interpretando o Outro

 Nunca sei de fato a interpretação dos fatos do outro, que me conhece um pouco, já se iludindo que entende alguma coisa sobre mim. Não que eu seja tão misterioso assim, mas me apavora a certeza do outro enquanto tenho tantas duvidas por quem sou e sinto. 

 Isso se inverte e percebo que não sei interpretar com exatidão quem me interessa, por mais que eu tenha pressa em decifrar cada pausa entre as conversas, a ausência que acontece na presença quando sinto que não to mais ali enquanto to.

 Volta e meia sinto que na verdade já sabem tudo sobre mim, que na verdade eu sou um porre. Não, porre é melhor do que acredito que sou, porre diverte, talvez eu seja um entediante dia de rotina que todos sabem por onde começa e termina e por final querem fugir. 

 Eu também quero fugir.

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